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segunda-feira, 19 de março de 2012

Aquele Dos Anjos Quebrados (Parte 2)

Abri meus olhos,e ele estava parado,arrumando seu terno.Por que ele não vem atrás de mim? Por que não acaba comigo com sua fúria de arcanjo? Ele pode acabar isso com apenas um golpe,não entendo.
-Vamos começar ? – Perguntei inseguro mas tentando ser determinado.
-Claro,vou esperar você vir. – Disse ele calmo agora ao lado de Sophia.
Não aguentei muito tempo,meu coração estava pulando e saindo pela boca,não vou conseguir me focar nele enquanto ele estiver com minha namorada e minha irmã,preciso fazer algo...
-Pensando muito? – Ele colocou seus braços em volta de Sophia.
Não consegui me segurar muito,e saí correndo em sua direção,meus punhos fechados,eu estava preparado para atacar e disposto a levar o próximo golpe se preciso,contanto que toque Sophia,talvez consiga tirar ela daquele estado deplorável,dei um salto e meu braço foi para frente esperando acertar o rosto de Aaron.
E então quando estava alcançando ele,Sophia disse:
-Não toque nele.
Eu caí como se tivesse escorregado,minhas pernas ficaram moles e tremulas e senti todo apetite que tinha reservado para sobremesa da festa sumir.
-O que disse? – Perguntei com medo da resposta.
Ela ficou quieta.
-Me responda,Sophia...
-Não vê que ela desistiu de você? –Disse Aaron
-CALE A BOCA – Gritei para Aaron,ouvi Íris grunhir ao meu lado.
Me levantei colocando toda força nas pernas,estava difícil me concentrar.
Aaron sussurrou algo no ouvido de Sophia,ela riu sem demonstrar graça e disse:
-Você não me merece,na verdade,acho que nunca devia ter aceitado estar com você.
Eu caí de novo,minhas costas estavam ardendo como nunca,parecia que alguém estava me queimando.
- Basta – Disse Íris se levantando,e se dirigindo a Aaron – você sabe que quando um anjo se apaixona o modo mais fácil de machuca-lo é seu amor quebrar,você sabe que se ela o decepcionar mais ele vai morrer cedo ou tarde
-E o que você tem a ver com isso menina tola? Saia e não atrapalhe. - disse em resposta a minha irmã.
- Sabe qual foi a melhor coisa nisso tudo? – Disse Sophia como se nada tivesse acontecido nesse meio tempo – você acreditar no meu amor por você,você pensar que tudo foi verdade.
- Pare.. – Falei,meu corpo quente,como se estivesse com febre,e agora eu estava tremendo,tudo estava doendo,eu sangrava por dentro.
- CHEGA – Gritou Íris que deixou sua timidez de lado e foi até Aaron,ela lhe deu um tapa,e seu rosto foi para o lado,embora ele fosse um arcanjo forte,ele sentiu seu rosto arder,percebi pelo olhar de ódio que atravessou sua face ao se virar.
Ele levantou o braço bem alto,e eu tentei me levantar,estava quase conseguindo,quando vi que havia dado um soco e o corpo de Íris era jogado para o lado,logo,percebi que ela foi empurrada,ainda estava em pé,porem professor Peter estava sendo enforcado,ele o jogou de lado de novo.
-Não pense que um anjo vai te empurrar sempre que for insolente menina – Disse Aaron com raiva.
Eu me levantei,e corri ainda com as pernas tremulas para Aaron,ele ficou com as mãos no bolso esperando eu chegar,assim que meu braço tentou acertar seu rosto ele o segurou com força,dei um chute que foi segurado com sua outra mão,entrei em desespero,e logo ele me chutou na barriga e eu caía o mais longe possível de Sophia.
Íris foi até Peter,ela sussurrou umas palavras,ele se levantou e olhou para mim com um olhar de esperança,foi então que em minha cabeça surgiu a frase: “ Distraia ele ”.
Saí correndo de novo em direção a Aaron agora apertando a barriga dolorida,as lágrimas tentavam sair de meu rosto,mas segurei,sei que meu professor tem um plano,sei que Sophia não falaria essas coisas de verdade e Íris esta bem por hora.
Finalmente Aaron decidiu atacar e veio com toda sua força,eu lhe dei um soco na barriga e ele ficou sem fôlego,aproveitando a oportunidade chutei sua perna direita,ele pegou meu braço com força e tentou quebra-lo,foi então que Peter conseguiu o que queria,chegou até a espada,Aaron me jogou novamente para o lado e tentou chegar até a estante de espadas.
Professor Peter foi mais rápido e pegou a espada com lamina negra; que costumávamos treinar com espadas comuns,e ele disse que se eu conseguisse terminar bem o treinamento,ficaria com essa espada que era do meu pai,ele jogou a espada pra mim e eu engatinhei até ela,Aaron se arrastou novamente para perto de Sophia e Peter foi ficar com Íris.
- Consegui – Disse com empolgação
Me levantando,tentei me concentrar na espada,porém meu adversário foi mais esperto,ele sussurrou algo no ouvido de Sophia que a deixou tremula,o que significava que ela ainda estava consciente,pelo menos tentando,mas sua tentava foi em vão.
- Acho que vamos por um fim nisso – Disse ela agora pegando a aliança que eu havia lhe dado de presente e jogando no chão.
- Era da minha mãe... - Falei agora largando a espada sem forças para segura-lá.
As palavras de Sophia me machucavam mais do que os golpes de Aaron. Continuei em pé,mas agora olhando para baixo,as lágrimas em meu rosto agora caiam e eu não me importava,fechei meus punhos mais forte.
- Jim.. – Falou Íris agora colocando a mão no meu ombro.
-Íris cuidado – Gritou Peter que agora estava se jogando em cima dela e a levando para longe com o empurrão.
Aaron ficou me encarando com um olhar intrigado,e então cansado de esperar ele puxou Sophia e a beijou.
E então caí no chão,meu coração estava machucado,como se tivesse uma pequena farpa,que doía cada segundo,que sangrava muito,e logo percebi por que Peter havia jogado Íris para o outro lado perto da lareira acesa,minhas asas estavam abrindo muito,elas estava crescendo bastante,meu terno estava rasgando agora,logo estava só com uma camisa branca digna de ser vista de frente,porém rasgada atrás,com espaços para as asas enormes e brancas saírem.
Aaron não satisfeito tirou seu sua camiseta,e deixou sair suas asas negras e enormes,quase o dobro de altura das minhas,ele então abaixou e pegou o anel de minha mãe que agora pertencia a Sophia,e amassou.
Eu senti uma dor enorme no peito,porém não caí,o ódio estava tão grande,a enorme vontade de matar Aaron era tão tentadora,e logo vi que estava tremendo,meu corpo estava com uma aura dourada,e minhas costas estavam pegando fogo,foi então que gritei,minhas asas estavam crescendo tanto que abaixaram e pousaram no chão,agora não eram brancas,estavam prata,eu senti todo esse poder em mim,e ainda com lágrimas sorri,finalmente podia matar ele.

terça-feira, 13 de março de 2012

Aquele Dos Anjos Quebrados (Parte 1)

Estava chovendo forte,não entendi por que ele havia me chamado,não fazia sentido,era sábado,e ele me chamou para um evento tão formal que teria que usar um terno,e uma capa preta,eu nunca havia sido chamado para uma festa assim antes,ainda mais pelo meu professor.O taxista parou na mansão gótica e me encarou como se quisesse o dinheiro e ir embora daquele lugar horrível o mais rápido possível,paguei a ele e saí do táxi,e ele saiu assim que fechei a porta. Encarei a pequena "mansão mal assombrada" e andei com passos largos,a grande porta de madeira nobre aguardava que eu a empurra-se,minha mão tremeu um pouco e então abri,lá dentro estava ele,meu professor de matemática,ou melhor,meu professor de Enoque ,mas por que ele estava tão tenso ?Sua pequena barba branca e mal feita estava estranha,seu olhar não era de arrogância ou sarcasmo como de costume,era insegurança e medo,conseguia ver isso em qualquer lugar,anjos sabem sentir o coração de qualquer ser vivo,ainda mais outro anjo,logo senti uma sensação de desconforto,sentada no sofá estava Íris,minha irmã,com um vestido preto longo,ela olhou para mim com medo e sorriu insegura.

-Professor,por que o senhor e minha irmã estão aqui..? - Perguntei com a voz falha .

-Sinto muito Jim - Falou o professor Peter agora olhando para os lados desesperado.

-O que aconteceu professor? - Falei agora com um tom de voz desafinado e pouco confiante.

-Abra suas asas,pequeno anjo- Disse Aaron aparecendo no canto superior da casa,onde havia um tapete vermelho sangue e vasos antigos - Chegou a hora de brilhar.

Íris deu um pequeno grito e tampou a boca com suas mãos brancas e finas.

-Por que ele esta aqui professor? Não foi ele que quebrou boa parte da ordem...

Aaron fez um sinal com a mão que me fez calar imediatamente,ele olhou para Peter,e isso o fez tremer,quando ele viu Aaron apontar para o andar de cima,Peter andou até o final da escada de mármore e trouxe Sophia com ele,ela andava acompanhada com ele,segurando sua mão delicadamente,seu olhar estava vazio,usava um vestido branco que ia até os joelhos e estava descalça,seu cabelo curto estava pouco escuro,não brilhava como antes,assim como seus olhos,estavam sem sentimentos agora,ela parou no pé da escada,Peter soltou sua mão e voltou para perto da lareira abaixando a cabeça careca,percebi que ele estava segurando para não gritar de raiva e ódio.

-Por que minha namorada está aqui? - Perguntei com medo.

-Ela não está aqui,bem,ela está,só que não percebe,esta em transe,já ouviu no deus Hipnos? -Disse Aaron sorrindo e arrumando suas vestes que pareciam um terno todo preto -Sim,sono profundo,é como ela está,pode gritar,ela não vai reconhecer nada além da minha voz.

-Por que nos reuniu aqui?

-Por que acha pequeno Jim? Por que trouxe as pessoas que mais gosta? Por que acha que pedi para meu avô te chamar aqui?

-Avô? - Repeti sem entender,foi então que Peter começou fechar as mãos e fungar como se quisesse chorar de raiva.

-Sim,ele é meu avô,mas é claro que não te contou,ele tem vergonha do próprio neto..

-Que assassinou os pais,que não conseguiu controlar a sede de sangue e criou uma guerra entre anjos,você é um pobre infeliz... –Gritou Peter abrindo as asas longas e acinzentadas,seu fraque rasgou afrouxando a gravata e a camiseta.

-Quieto – Disse Aaron fazendo um movimento com a mão como se estivesse dispensando alguém,mas na verdade foi um impulso que fez com que Peter fosse empurrado para a parede de pedra- se continuar falando vou fazer você destruir cada centímetro dessa casa.

-Sophia - gritei,e ela nem olhou.

-Já disse que somente minha ordem é absoluta aqui - Aaron sorriu - Venha minha linda,me de um beijo.

Eu corri o mais rápido possível quando ela se aproximou dele,assim que ela ia tocar seus lábios acertei Aaron com um soco firme,ele foi para a esquerda com a força do meu punho,senti sangue escorrer em minha mão,em seguida pegou meu pescoço e apertou,logo depois soltou meu pescoço e me empurrou contra a parede,caí em cima da armadura de ferro.

-Eu lhe chamei - Disse como se nada tivesse acontecido,só que agora estava com os braços sobre a cintura de Sophia,o que me fez arder por dentro - para um duelo até a morte,se eu ganhar,quero tudo que é seu,inclusive suas asas,que ainda não estão completas,se perder,te dou o livro de Enoque,pode pegar sua família e ir.

-Não posso aceitar algo assim - Falei enxugando a boca ensanguentada com a manga do terno.

-Ou aceita ou fico com o livro de Enoque e mato Sophia agora com a maldição.

Olhei para os lados,professor Peter estava caído em um canto da casa,Íris estava tremendo e olhando para mim com receio e minha namorada não estava comigo,talvez não fosse uma má ideia ser o “sacrifício”,pois acho que todos sabem quem vai perder,parei de encarar o nada e olhei nos olhos de Aaron.

-Vamos começar.

Ele deu seu sorriso malicioso e passou a língua nos lábios com sangue,meu coração deu um salto,fechei os olhos,e apertei os punhos,a partir de agora,tudo depende disso,e então abri os olhos novamente.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Aquele Da Noite Especial

- Obrigado por sair comigo de novo. - Falei tentando manter uma conversa
- Não precisa agradecer toda vez que a gente sair,você é meu namorado,não é uma obrigação,é algo que eu preciso,e quero. - Disse ela parecendo sincera
Estávamos em uma grande avenida,com lojas e bancas de jornal,alguns parques,eram 20;00 horas em ponto e estava frio,arrumei minha gravata e envolvi meu braço em sua cintura,ela apertou a minha retribuindo o gesto e eu corei um pouco,olhei para um poste que iluminava a o lugar,parecia chuviscar,pensei em algum lugar para ir onde não houvesse chuva.
- Quer ir em um restaurante? - Falei depois de alguns minutos de silencio - Conheço alguns aqui perto,podemos jantar..
- Claro - Respondeu ela me cortando com um sorriso - Eu sei um ótimo,já fui algumas vezes,se quiser me acompanhar.
- Pode ser.
Aceleramos o passo,começou a chuva fina,corremos um pouco,era difícil pois seu salto alto não ajudava muito,mas chegamos ao restaurante antes que a chuva aumentasse,pegamos uma mesa para a janela,era um lugar francês,tão comum para um casal,o lugar era um pouco rústico,pelo menos eu achei,mas era bem decorado com velas e musica.
Pedimos um vinho e algo tradicional do restaurante,analisei o lugar por mais uns instantes,e então do outro lado da mesinha ela segurou minha mão,eu olhei para ela surpreso,e então comecei um novo tópico para conversa.
- Não sabia que essa era a origem do "Pac-man"- Disse ela com um sorriso discreto parecendo se interessar pelo assunto.
- Imagino se o pedaço de pizza não estivesse faltando,não consigo me imaginar sem jogar Pac-man.. - Falei rindo estupidamente
Ela parou de rir um instante,olhou no fundo dos meus olhos negros,não conseguia expressar nada pelo olhar,era um ponto morto em mim,meus olhos eram muito escuros,embora eu conseguisse persuadir facilmente apenas olhando,não fazia sentido ela me encarar e tentar ler algo dentro de mim,e então percebi que ela estava vendo o meu brilho nos olhos,a pequena felicidade que eu não tinha a muito tempo e ela me trouxe de volta,eu me aproximei e nos beijamos.
Depois do jantar pegamos um táxi e fomos até meu apartamento,chegamos até o 7º andar e então parei na porta de casa,peguei as chaves e coloquei na fechadura.
-Quer entrar um pouco ? - Perguntei inseguro,não queria que agora fosse a hora de me despedir.
-Claro - Ela disse,e então entrou assim que abri a porta.
Olhei para o relógio da sala em cima da TV grande,já eram 23;00 horas,e mal tinha percebido como o tempo havia passado rápido,entrei no meu quarto e tirei a gravata e a jaqueta,olhei pela janela,a vista de vários edifícios e janelinhas,vi algumas acesas,outras com uma luz de fundo,o que acho que era a TV,e outras apagadas.
- É tão bom imaginar o que as pessoas fazem em suas casas - Falei para ela quando estávamos com os braços em cima da janela admirando as estrelas - Podemos fingir que elas tem tudo que não temos,a companhia de um amor todos os dias,ou um cachorro,podemos imaginar que elas estão fazendo algo bom..
- Entendo - Ela disse compreensiva - Também gosto de imaginar que as pessoas podem ter o que eu não posso agora,que elas podem ser felizes de um jeito diferente..
- E o que você quer agora? - Perguntei agora olhando em seus olhos
- Nada - Ela disse com um sorriso - Já tenho o que quero agora.
Nos beijamos,ela abriu a camisa,e tirou o salto,e eu apenas tirei o sapato e deitei na cama,ela se deitou comigo,eu a abracei forte,e ela abraçou meus braços em volta de seu corpo,eu fechei os olhos,e abri alguns segundos depois,ela ainda estava comigo,e então se virou,nos beijamos.
- Boa Noite -Eu disse - Vai ficar tudo bem se dormir aqui ?
- É claro que vai - Ela respondeu sussurrando- Eu estou com você.
E então eu fechei meus olhos,apertei forte sua mão,e adormeci.